Bancos estrangeiros alertam para risco de racionamento no Brasil
Agência
Estado
Publicação:
08/02/2015 08:50 Atualização:
A
divulgação de projeções para o volume
de chuvas no mês de fevereiro aumentou o pessimismo de analistas
em relação ao risco de haver racionamento de energia
no Brasil em 2015.
Os especialistas do Bank of America (BofA) Merrill Lynch, por exemplo,
assinam um documento com os dizeres:
"Preparem os planos de contingência".
No material, a instituição destaca que o volume de
chuvas no Brasil, a partir de março, precisará ser
equivalente a 84% da média histórica.
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O cenário é negativo.
Na região Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70%
da capacidade de armazenamento do país, a Energia Natural
Afluente (ENA) deve ser equivalente a 52% da média de longo
termo (MLT).
Confirmada essa projeção, os reservatórios
chegariam ao final do mês com apenas 19,7% da capacidade.
Distante do patamar de 30% considerado mínimo para o final
do período chuvoso, em abril.
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Os
analistas Guilherme Loureiro, Thiago Carlos, Lilyanna Yang, Carlos
Herrera e Rafael De La Fuente, do UBS, destacam que o risco de racionamento
de energia é, hoje, a principal ameaça ao crescimento
econômico brasileiro em 2015.
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Em
números, o UBS considera que um eventual racionamento equivalente
a 10% da carga poderia provocar uma queda de 0,7% a 1,5% na economia
brasileira.
A restrição energética ainda teria efeitos
na inflação, que poderia fechar o ano com alta
de mais de 8%, e no aumento da taxa de desemprego, esta podendo
chegar a 6,5%.
A
visão negativa é explicada pela comparação
entre o nível dos reservatórios neste início
de 2015 e os patamares do começo do ano passado e de 2001,
ano em que o Brasil passou por um racionamento de energia.
A situação deste ano é pior do que as duas
outras referências analisadas, o que justifica o termo "déjà
vu" citado na apresentação do relatório.
"O
risco do racionamento de energia está de volta ao radar dos
investidores.
Com mais um verão seco no Brasil, e o nível dos reservatórios
abaixo daqueles registrados durante a crise de 2001 e a demanda
ainda elevada, o risco de escassez de energia está crescendo
rapidamente e gerando preocupações sobre o potencial
impacto econômico", sintetizam os analistas do UBS.
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http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2015/02/08/internas_economia,559740/bancos-estrangeiros-alertam-para-risco-de-racionamento-no-brasil.shtml